segunda-feira, 30 de abril de 2012

PROBLEMAS DE SAÚDE DOS BANCÁRIOS

                                                     


                                                                     Jornada de Trabalho

Aos poucos os bancos estão acabando com a jornada de trabalho de 6 horas e introduzindo, de maneira acelerada e massiva, a jornada de 8 horas com o tal de "comissionamento".

Ritmo de trabalho

Além da jornada de 6 horas ser uma raridade e a de 8 horas se transformando em 10/12 horas na prática, os bancos se recusam a introduzir pausas no trabalho de 10 minutos a cada 50 trabalhados, conforme previsto na Norma Regulamentadora 17, do Ministério do Trabalho e Emprego. O ritmo de trabalho é alucinante por conta das inúmeras tarefas sob a responsabilidade do trabalhador, sobretudo as metas de produção.

Metas de produção

Um dos principais problemas que a categoria enfrenta. Pesquisa apontou que 65% dos bancários de agências reclamam das pressões excessivas para o atingimento de metas abusivas. A reclamação segue alta, com 52% dos empregados dos departamentos dos bancos.

Dificuldade em atingir a meta não é reconhecida e sim a exigência de sua superação.

Metas de produção e assédio moral

O reconhecimento, pelos trabalhadores, de que as metas em si não é problema e sim a cobrança exagerada para o seu atingimento, sem levar em consideração as condições de trabalho, o perfil da clientela e as condições do mercado bancário, entre outros fatores, cria um ambiente fértil para as práticas de assédio moral no trabalho.

42% dos bancários já sofreram práticas de assédio moral em seu ambiente de trabalho, de acordo com pesquisa realizada com a categoria. As metas e as práticas de assédio moral são os mais novos riscos para a saúde dos bancários, equiparados as ocorrências de assaltos ocorridas nos estabelecimentos bancários.

Adoecimento prevalente

As LER/DORT continuam a atingir bancários e bancárias em todos os bancos, acarretando afastamento do trabalho por longo período. Hoje, as LER/DORT estão mais associadas a organização do trabalho do que com os riscos ergonômicos, embora eles existam.

Transtornos mentais

Os transtornos mentais ganham importância entre os bancários, principalmente quando os trabalhadores bancários são alçados à condição de VENDEDORES, com metas diárias para bater e avaliados constantemente.

O emprego do bancário, que já não possuía nenhuma proteção legal contra demissão imotivada, agora depende do grau de venda concretizado. Se vende, se atinge as metas, tem o emprego mantido. Caso contrário, ao não mais atingir as metas que sempre são crescentes, perde o emprego sumariamente.

Tal grau de insegurança, de medo e de avaliações públicas constantes, e mais, das práticas de assédio moral, levam o trabalhador a um desgaste mental cotidiano que, se não cuidado a tempo, vai desencadear em adoecimento e consequente afastamento.

Falta da emissão da CAT

Apesar de todos os problemas de saúde e condições de trabalho que a categoria enfrenta, os bancos não emitem ou dificultam ao máximo a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) ao empregado, desrespeitando o que diz a lei 8213/91 e o artigo 169 da CLT. A emissão do documento é obrigação do empregador e objetiva informar a autoridade pública - no caso a Previdência Social - da ocorrência de um acidente do trabalho. A não emissão da CAT pelo empregador gera consequências negativas para o trabalhador doente ou acidentado e para toda a sociedade.

"Falhas" na Medicina do Trabalho

O serviço de medicina do trabalho praticado pelos bancos é carregado de conservadorismo, tem postura burocrática e cartorial, não caminha no sentido da prevenção de acidentes e doenças e está extremamente subordinado aos interesses exclusivos das empresas.

A postura histórica dos bancos em negar a emissão da CAT explica um pouco do que estamos falando. Os exames periódicos, previstos na Norma Regulamentadora nº 7, não são realizados com a finalidade de combater os riscos no ambiente de trabalho e preservar a saúde dos bancários. Os exames acabam servindo de mecanismo para mapear os trabalhadores adoecidos para depois mandá-los embora.

Dia Mundial

A celebração do dia de 28 de Abril surgiu no Canadá, por iniciativa do movimento sindical, como ato de denúncia e protesto contra as mortes e doenças causados pelo trabalho, espalhando-se por diversos países. Esse dia foi escolhido em razão de um acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, no ano de 1969.

Embora desde 2003 a OIT consagre a data à reflexão sobre a segurança e saúde no trabalho, as centrais sindicais mantém o espírito de denúncia e de luta que a originou, dando visibilidade às doenças e acidentes do trabalho e aos temas sobre Saúde do Trabalhador em discussão na agenda sindical.



Fonte: CONTRAF - CUT



Polícia Civil debaterá em seminário melhorias para a saúde do servidor


                                                               Da Redação
    Agência Pará de Notícias
    Atualizado em 28/04/2012 às 18:12

    A Polícia Civil promoverá na próxima quinta-feira (3), por meio da Academia de Polícia Civil (Acadepol), o seminário sobre Saúde do Trabalhador da Polícia Civil. O evento acontecerá das 8 às 18h, no auditório A, do Complexo de Polícia Civil, na Avenida Magalhães Barata, bairro de Nazaré.
    O evento visa elaborar o Plano de Controle de Estresse do Servidor; regulamentar diretrizes destinadas à criação de grupos internos de Prevenção de Acidentes de Trabalho na Polícia Civil; prestar informações técnico-científicas sobre Segurança e Saúde no Trabalho; discutir formas de organização no trabalho e estimular debates com os servidores para melhoria das condições de saúde.
    O seminário terá palestras e mesas redondas, além de um documento final com os resultados das discussões. A abertura contará com a presença do delegado geral de Polícia Civil, Nilton Atayde.
    Durante a manhã, serão realizadas três palestras. A primeira com o tema "Bem estar" ministrada pelo professor Karu Gabriel; a segunda será "Saúde do Trabalhador", com o médico Nicholas Fernandes Mota, e a terceira sobre "Alimentação Saudável", com a nutricionista Francisca Oliveira.
    À tarde, a partir de 14h30, haverá duas palestras. A primeira sobre o tema "Ergonomia e Condições de Trabalho", ministrada pela fisioterapeuta Thaís Nobre, e a outra sobre "Relações no Trabalho versus Relações Profissionais", com o psicólogo Aldo Brito dos Santos.
    O evento é aberto a servidores - policiais e administrativos - da área de Segurança Pública, e profissionais de saúde. Os interessados devem fazer a inscrição pelo e-mail academia@policiacivil.pa.gov.br; pelo blog www.acadepolpa.blogspot.com ou no dia do evento.

    sexta-feira, 6 de abril de 2012

    Cremerj vai ao MP contra papel de enfermeiros nas Clínicas da Família


    Distribuição de protocolos é motivo de briga entre entidades de classe
    RIO - A distribuição de protocolos de enfermagem — documentos com orientações aos profissionais — que vem sendo feita pela Secretaria municipal de Saúde nas Clínicas da Família está causando polêmica entre entidades representativas dos médicos. O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) entrou anteontem com uma representação no Ministério Público estadual para suspender a distribuição, sob o argumento de que os enfermeiros estariam substituindo médicos na tarefa de fazer diagnósticos. O Conselho Regional de Enfermagem (Coren) contesta essa alegação e afirma que os protocolos estão dentro da lei, não extrapolando as funções dos enfermeiros.
    — O Cremerj tem que entender que a discussão não é sobre reserva de mercado. Os protocolos servem para melhorar o atendimento à população. Nós não assinaríamos nada que fosse contrário ao que determina a lei — disse o presidente do Coren, Pedro Jesus Silva.
    Coren diz que protocolos seguem Ministério da Saúde
    A presidente do Cremerj, Márcia Rosa de Araújo, considera o assunto grave, por colocar a saúde da população em risco. Ela acredita que a Secretaria municipal de Saúde está adotando o procedimento porque não consegue fixar médicos na rede pública, devido aos baixos salários.
    — No protocolo, o profissional de enfermagem é orientado desde a tratar uma dor de ouvido de uma criança até a fazer um diagnóstico de câncer de mama — disse Márcia.
    No documento dirigido aos profissionais da área de saúde da família constam orientações sobre o atendimento e o acompanhamento de doenças infantis, cuidados com pacientes hipertensos e a rotina de rastreamento do câncer de mama.
    Na representação, o Cremerj argumenta que os protocolos são verdadeiros manuais, feitos para que o enfermeiro realize todo o atendimento do paciente, excluindo qualquer avaliação médica, a não ser nos casos em que os sintomas não estejam apontados nos documentos.
    O conselho cita como exemplos a anamnese (entrevista com o paciente), o exame físico, a avaliação de vacinas e da alimentação, que constam dos protocolos. Segundo o Cremerj, todas essas ações devem estar a cargo de médicos.
    O presidente do Coren diz que os protocolos, previstos na lei 7.498, de 1986, estão de acordo com as determinações do Ministério da Saúde.
    No documento entregue ao MP, o Cremerj diz ainda que a abertura indiscriminada de Clínicas da Família pelo município não é sinônimo de qualidade, nem de garantia de atendimento. Segundo a entidade, a maioria das clínicas não tem registro no Cremerj.
    Secretaria diz que práticas são estabelecidas por leis
    Por meio de nota, a Secretaria municipal de Saúde informou que os enfermeiros das Clínicas da Família têm suas práticas determinadas pelos protocolos e pelas normas do Ministério da Saúde. Diz ainda que as atribuições dos profissionais constam da Política Nacional de Atenção Básica e são fiscalizadas pelo Coren.
    A nota ressalta também que os enfermeiros da prefeitura do Rio exercem as mesmas funções de seus colegas em todas as capitais do país. "As normas legais refletem a prática também de outros locais do mundo, onde a enfermagem integra o conjunto de profissões regulamentadas, cujas atividades são estabelecidas por lei", diz a nota.


    Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/cremerj-vai-ao-mp-contra-papel-de-enfermeiros-nas-clinicas-da-familia-4510152#ixzz1rGOIpPvb
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