Jornada de
Trabalho
Aos poucos os
bancos estão acabando com a jornada de trabalho de 6 horas e introduzindo, de
maneira acelerada e massiva, a jornada de 8 horas com o tal de
"comissionamento".
Ritmo de
trabalho
Além da jornada
de 6 horas ser uma raridade e a de 8 horas se transformando em 10/12 horas na
prática, os bancos se recusam a introduzir pausas no trabalho de 10 minutos a
cada 50 trabalhados, conforme previsto na Norma Regulamentadora 17, do
Ministério do Trabalho e Emprego. O ritmo de trabalho é alucinante por conta
das inúmeras tarefas sob a responsabilidade do trabalhador, sobretudo as metas
de produção.
Metas de
produção
Um dos
principais problemas que a categoria enfrenta. Pesquisa apontou que 65% dos
bancários de agências reclamam das pressões excessivas para o atingimento de
metas abusivas. A reclamação segue alta, com 52% dos empregados dos
departamentos dos bancos.
Dificuldade em
atingir a meta não é reconhecida e sim a exigência de sua superação.
Metas de
produção e assédio moral
O
reconhecimento, pelos trabalhadores, de que as metas em si não é problema e sim
a cobrança exagerada para o seu atingimento, sem levar em consideração as
condições de trabalho, o perfil da clientela e as condições do mercado
bancário, entre outros fatores, cria um ambiente fértil para as práticas de
assédio moral no trabalho.
42% dos
bancários já sofreram práticas de assédio moral em seu ambiente de trabalho, de
acordo com pesquisa realizada com a categoria. As metas e as práticas de
assédio moral são os mais novos riscos para a saúde dos bancários, equiparados
as ocorrências de assaltos ocorridas nos estabelecimentos bancários.
Adoecimento
prevalente
As LER/DORT
continuam a atingir bancários e bancárias em todos os bancos, acarretando
afastamento do trabalho por longo período. Hoje, as LER/DORT estão mais
associadas a organização do trabalho do que com os riscos ergonômicos, embora
eles existam.
Transtornos
mentais
Os transtornos
mentais ganham importância entre os bancários, principalmente quando os
trabalhadores bancários são alçados à condição de VENDEDORES, com metas diárias
para bater e avaliados constantemente.
O emprego do
bancário, que já não possuía nenhuma proteção legal contra demissão imotivada,
agora depende do grau de venda concretizado. Se vende, se atinge as metas, tem
o emprego mantido. Caso contrário, ao não mais atingir as metas que sempre são
crescentes, perde o emprego sumariamente.
Tal grau de
insegurança, de medo e de avaliações públicas constantes, e mais, das práticas
de assédio moral, levam o trabalhador a um desgaste mental cotidiano que, se não
cuidado a tempo, vai desencadear em adoecimento e consequente afastamento.
Falta da
emissão da CAT
Apesar de todos
os problemas de saúde e condições de trabalho que a categoria enfrenta, os
bancos não emitem ou dificultam ao máximo a emissão da Comunicação de Acidente
do Trabalho (CAT) ao empregado, desrespeitando o que diz a lei 8213/91 e o
artigo 169 da CLT. A emissão do documento é obrigação do empregador e objetiva
informar a autoridade pública - no caso a Previdência Social - da ocorrência de
um acidente do trabalho. A não emissão da CAT pelo empregador gera
consequências negativas para o trabalhador doente ou acidentado e para toda a
sociedade.
"Falhas"
na Medicina do Trabalho
O serviço de
medicina do trabalho praticado pelos bancos é carregado de conservadorismo, tem
postura burocrática e cartorial, não caminha no sentido da prevenção de
acidentes e doenças e está extremamente subordinado aos interesses exclusivos
das empresas.
A postura
histórica dos bancos em negar a emissão da CAT explica um pouco do que estamos
falando. Os exames periódicos, previstos na Norma Regulamentadora nº 7, não são
realizados com a finalidade de combater os riscos no ambiente de trabalho e
preservar a saúde dos bancários. Os exames acabam servindo de mecanismo para
mapear os trabalhadores adoecidos para depois mandá-los embora.
Dia Mundial
A celebração do
dia de 28 de Abril surgiu no Canadá, por iniciativa do movimento sindical, como
ato de denúncia e protesto contra as mortes e doenças causados pelo trabalho,
espalhando-se por diversos países. Esse dia foi escolhido em razão de um
acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos
Estados Unidos, no ano de 1969.
Embora desde
2003 a OIT consagre a data à reflexão sobre a segurança e saúde no trabalho, as
centrais sindicais mantém o espírito de denúncia e de luta que a originou,
dando visibilidade às doenças e acidentes do trabalho e aos temas sobre Saúde
do Trabalhador em discussão na agenda sindical.
Fonte: CONTRAF
- CUT